Los límites del urbanismo sostenible: del discurso cualitativo a propuestas cuantitativas

Abstract

El discurso del urbanismo sostenible afirma que la planificación y administración de las zonas urbanas deben ser encaminadas a resolver los diversos problemas de las mismas, principalmente, los de las zonas urbanas en los países periféricos. Así, se plantea resolver problemas profundamente cualitativos, tales como la pobreza urbana y el deterioro ambiental en las ciudades, que requieren, por tanto, de respuestas ampliamente cualitativas y de escalas que operen en niveles macro y regionales, y que, sin embargo, pretenden ser resueltos por políticas que tienden a operar a escalas locales y desarticuladas, por diseños de carácter cuantitativo e instrumental, y por formas de financiamiento centradas en el mercado y en el crédito externo. Ello desemboca en resultados que, en general, modifican mínimamente la dinámica urbana que genera dichos problemas, haciendo de la urbanización sostenible un proyecto incapaz de lograr sus objetivos profundamente cualitativos. La limitada capacidad del urbanismo sostenible para modificar el entorno urbano es consecuencia de haber sido diseñado a luz de la lógica epistemológica y financiera de libre mercado, dentro de los organismos internacionales como la ONU y el Banco Mundial, lo que lo lleva a repetir fórmulas que no buscan resolver sino paliar y generar mercados.

The sustainable urbanism discourse affirms that the planning and administration of urban areas should be aimed at solving the various problems of the same, mainly those of urban areas in peripheral countries. Thus, it is proposed to solve deeply qualitative problems, such as urban poverty and environmental deterioration in cities, which therefore require broadly qualitative responses and scales that operate at macro and regional levels, and which, nevertheless, seek be resolved by policies that tend to operate at local and disjointed scales, by quantitative and instrumental designs, and by forms of financing centered on the market and on external credit. This leads to results that, in general, minimally modify the urban dynamics that generate these problems, making sustainable urbanization a project incapable of achieving its profoundly qualitative objectives. The limited capacity of sustainable urbanism to modify the urban environment is a consequence of having been designed in light of the epistemological and financial logic of the free market, within international organizations such as the UN and the World Bank, which leads it to repeat formulas that do not seek to solve but to alleviate and generate markets.

O discurso do urbanismo sustentável afirma que o planejamento e a gestão das áreas urbanas devem ter como objetivo a solução dos diversos problemas do mesmo, principalmente os das áreas urbanas dos países periféricos. Assim, propõe-se resolver problemas profundamente qualitativos, como a pobreza urbana e a deterioração ambiental nas cidades, que portanto requerem respostas amplamente qualitativas e escalas que operam nos níveis macro e regional, e que, no entanto, buscam ser resolvidos por políticas que tendem a operar em escalas locais e desarticuladas, por desenhos quantitativos e instrumentais, e por formas de financiamento centradas no mercado e no crédito externo. Isso leva a resultados que, em geral, modificam minimamente as dinâmicas urbanas que geram esses problemas, tornando a urbanização sustentável um projeto incapaz de atingir seus objetivos profundamente qualitativos. A limitada capacidade do urbanismo sustentável de modificar o ambiente urbano é consequência de ter sido desenhado à luz da lógica epistemológica e financeira do mercado livre, no seio de organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial, o que o leva a repetir fórmulas que não procuram resolver, mas aliviar e gerar mercados.